Circuitos Fluviais

05-09-2011 17:36

 

Este rio, que emprestou o seu nome às encostas que o comprimem, é também um monumento histórico, testemunho vivo de uma luta de séculos travada pelo homem para o dominar. Mesmo violento e trágico, o Douro foi, durante séculos, a grande e concorrida estrada por onde os rabelos, carregados de vinho, azeite, sumagre, laranjas e outras frutas, seguiram para o Porto, trazendo de lá alfaias, víveres e panos.

“Em cada pedra há uma lenda ou o nome do arrais que naufragou”, escreveu Alves Redol.

Quando rasga as arribas do Douro Internacional, torna-se impetuoso e constrói paisagens naturais de beleza rara e por vezes inquietante, à medida que se aproxima da foz, o vale reflecte o cenário onde se representa o quotidiano do Vinho do Porto, paisagem de xisto, socalcos e vinhedos.

Hoje, os seus mais belos e emblemáticos frequentadores, os rabelos, já não contam da faina fluvial, o seu perfil inconfundível vislumbra-se apenas em cenários decorativos e de lazer.                                                                                             

Do meio do rio vê-se e sente-se como de nenhuma outra forma a imponência das vinhas ou a beleza exclusiva das montanhas. A REFÚGIOS COM ALMA propõe, nesta actividade, sentir o Douro, perder a noção do tempo a bordo de um turístico barco rabelo, respirando odores fluviais, apreciando os contornos mágicos da paisagem. No coração do Douro Vinhateiro, onde se pode observar o esforço imenso necessário para cultivar as vinhas nas encostas que ladeiam o rio, observar famosas quintas do centro da Região Demarcada, inserida na área classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, e, mais a nascente, partindo de onde o rio Douro parece um grande lago de águas tranquilas. Nas margens os olivais, pomares de laranjas e amendoais vão dando lugar a fragas e declives muito apertados, uma natureza mais selvagem, onde vão surgindo cedros, sobreiros, cornalheiras, carrascos e carvalhos. Neste percurso, podemos observar o impressionante bosque de lodões nas arribas do Douro. O abutre e a águia-real voam lá no alto, a viagem decorre em silêncio, ouvindo-se apenas o som da natureza.